Quando se trata de educação superior, as universidades espanholas e brasileiras oferecem experiências únicas e distintas para os estudantes
Se você está em dúvida sobre onde estudar ou simplesmente deseja entender melhor as diferenças entre os sistemas de ensino das universidades espanholas e brasileiras, este blog é para você.
Ao longo das próximas linhas, vamos explorar as características essenciais que diferenciam as universidades na Espanha e no Brasil. Acompanhe!
Estrutura e Organização
Uma das principais diferenças entre as universidades espanholas e brasileiras está na sua estrutura e organização.
Na Espanha, as universidades são geralmente mais centralizadas, com um sistema de ensino superior regulamentado pelo governo. Isso significa que as universidades espanholas tendem a seguir um modelo mais uniforme em termos de currículo e administração, garantindo, por exemplo, a qualidade do curso.
Por outro lado, as universidades brasileiras são mais descentralizadas e autônomas em relação à sua administração. Cada instituição tem mais liberdade para definir seus próprios currículos e políticas, o que pode resultar em uma variedade maior de abordagens educacionais para os estudantes.
Acesso e Seleção
Outra diferença significativa está no processo de acesso e seleção para as universidades.
Na Espanha, o acesso à universidade pública é altamente padronizado e baseado em um sistema de notas conhecido como EBAU, e também na PCE, um vestibular voltado especificamente para estudantes estrangeiros que desejam ingressar em uma universidade espanhola.
Em ambos os casos, os alunos são avaliados em disciplinas específicas e as notas obtidas determinam sua admissão nas diferentes universidades e cursos.
No Brasil, o processo de seleção varia amplamente de uma instituição para outra. Embora o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) seja amplamente utilizado como um dos principais critérios de admissão, muitas universidades brasileiras também conduzem seus próprios exames de admissão.
Universidades públicas e privadas
Na Espanha, aproximadamente 80% dos estudantes ingressam em universidades públicas. Isso ocorre devido ao fato de o país contar com um total de 89 universidades, das quais 50 são públicas e apenas 39 são privadas.
Por outro lado, no Brasil, conforme os dados do Censo de Educação Superior, existem 2.608 instituições de ensino superior. Desse total, 2.306 são privadas, enquanto apenas 302 são públicas.
Custo e Financiamento
O financiamento da educação superior também difere entre os dois países. A concepção de universidade pública no Brasil frequentemente está ligada à gratuidade. No entanto, ao atravessar o Oceano Atlântico e ingressar na Espanha, essa ideia se apresenta de forma diferente.
Na Espanha, as universidades públicas não são isentas de custos, ainda que sejam consideravelmente mais acessíveis financeiramente do que as instituições privadas.
Um ponto interessante é que nas universidades públicas espanholas, o custo é calculado de maneira distinta do Brasil. Em vez de mensalidades fixas, os alunos pagam uma taxa no início de cada ano letivo, baseada nos créditos universitários.
Os créditos ECTS (European Credit Transfer and Accumulation System) são a “moeda” do sistema acadêmico, sendo que um crédito ECTS equivale a 25 horas de trabalho do aluno, incluindo horas de ensino, estudo, preparação para o trabalho e estágios.
Um ano acadêmico padrão compreende 60 créditos ECTS para alunos em tempo integral.
Embora essa metodologia possa parecer complexa à primeira vista, apresenta suas vantagens, como facilitar a compreensão dos custos totais do curso, permitindo que os alunos planejem suas finanças de forma mais precisa.
No entanto, além de considerar o ECTS, é importante observar que os custos de estudar na Espanha também podem variar significativamente dependendo da região. Diferentes comunidades autônomas têm políticas distintas em relação às taxas universitárias, com variações de preço consideráveis entre elas.
Oferta de cursos nas universidades espanholas e brasileiras
Outro aspecto importante a se considerar é que tanto na Espanha quanto no Brasil, há uma diversidade de cursos universitários. No entanto, enquanto certos cursos são exclusivos da Espanha, o inverso também pode ocorrer, onde o Brasil oferece cursos que não são comuns na Espanha.
Além disso, é importante destacar que a Espanha possui uma forte tradição de “doble grados”, que são programas acadêmicos que permitem aos alunos cursarem duas graduações simultaneamente e em um período de tempo menor do que seria necessário para concluir cada curso separadamente.
Essa flexibilidade oferecida pelas universidades espanholas pode ser uma vantagem para os estudantes que desejam diversificar sua formação e adquirir habilidades em áreas distintas.
Exemplos de doble grados na Espanha:
- Duplo Diploma em Administração de Empresas + Dados e Análise de Negócios
- Duplo Diploma em Administração e Gestão de Empresas + Engenharia Informática
- Duplo Diploma em Ciência de Dados e Inteligência Artificial + Engenharia Informática
- Duplo Diploma em Ciência Política e Gestão Pública + Direito
- Duplo Diploma em Biotecnologia + Farmácia
- Duplo Diploma em Ciências da Atividade Física e do Esporte + Nutrição Humana e Dietética
- Duplo Diploma em Arquitetura + Design Digital e Tecnologias Criativas
- Duplo Diploma em Arte Digital + Engenharia em Tecnologias para Animação e Videojogos
- Duplo Diploma em Publicidade e Relações Públicas + Marketing
- Duplo Diploma em Química + Física
- Duplo Diploma em Relações Internacionais + Tradução e Interpretação
- Duplo Diploma em Relações Laborais e Recursos Humanos + Administração e Direção de Empresas
- Duplo Diploma em Sociologia + Relações Internacionais
- Duplo Diploma em Terapia Ocupacional + Enfermagem
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